BOAS VINDAS

Olá, pessoal!
Em primeiro lugar, quero que saibam que toda visita será bem-vinda, toda. E que este será um espaço para reflexão e discussão sobre os temas democracia e educação. E claro, podemos esticar o diálogo para outros assuntos, desde que tenham alguma relação com os temas, ok?
Em segundo lugar, gostaria que esperassem a página carregar, caso contrário, pode acontecer de não conseguirem ler os textos, porque o fundo fica muito claro...
No mais, fica o agradecimento pela visita!

Patricia Bastos

domingo, 19 de dezembro de 2010

Luzes Natalinas


Estava pensando em postar o Natal, aqui. Mas, ainda não havia tido tempo para pensar de que maneira ele seria postado - imagem, palavra, texto, etc. Hoje, porém, conheci um texto lindo da amiga Fernanda Sales, a menina das Letras, e senti a necessidade de compartilhar com vocês.
É o que segue.
No mais, um Natal de luz e um Ano Novo cheio de boas energias a todos!






Luzes Natalinas

Por Fernanda Sales

Pisca-piscas são como alertas: avisam a respeito da chegada do final do ano. Para muitos, talvez, seja um aviso de que coisas boas estão por vir. Porém, no entanto, há os que não comemoram a chegada desta data. Para esses, as luzes natalinas são um campo de nostalgia, regado de saudade. Saudade dos que foram, da infância, da fraternidade sincera... E, é claro, há os que visam o lado comercial. Mas, esses serão excluídos. Ainda assim, a pior saudade chega ao final: a saudade das lembranças. Quando tudo o que te resta é a memória, ela te deixa nostálgico. As luzes estão por toda parte. Elas são imperativas, elas assumem personalidade, elas co-existem. E você, vai ser contaminado?



sábado, 13 de novembro de 2010

MÁGRAMÁTICA



(O Teatro Mágico)

Todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
Todo verbo é livre para ser direto ou indireto
Nenhum predicado será prejudicado
Nem tampouco a frase, nem a crase
Nem a vírgula e ponto final
Afinal, a má gramática da vida
Nos põe entre pausas
Entre vírgulas
E estar entre vírgulas
Pode ser aposto
E eu aposto o oposto
Que vou cativar a todos
Sendo apenas um sujeito simples
Um sujeito, sua oração
Sua pressa e sua prece
Que enxerguemos o fato
De termos acessórios para a nossa oração
Separados ou adjuntos
Nominais ou não
Façamos parte do contexto
Sejamos todas as capas de edição especial
Mas, porém, contudo,entretanto,todavia,não obstante
Sejamos também a contracapa
Porque ser a capa e ser contracapa
É a beleza da contradição
É negar a si mesmo
E negar-se a si mesmo
É muitas vezes encontrar-se com Deus
Com o teu Deus
Sem horas e Sem dores
Que nesse momento em que cada um se encontra agora
Um possa se encontrar no outro
E o outro no um
Até porque
Tem horas que a gente se pergunta...
Porque é que não se junta tudo numa coisa só?

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Democracia e educação: a gente quer inteiro e não pela metade.

Por Patricia Gonçalves Bastos

"Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo".


É marcante em amplos aspectos da sociedade brasileira a valorização de práticas que sejam democráticas. O passado recente, marcado pelo autoritarismo político, fez com que se verificasse na atualidade o que poder-se-ia chamar de ânsia democrática. A escola como instituição social também busca a democratização de seus quadros, ou seja, tem uma postura voltada de cindir as velhas práticas autoritárias do ambiente escolar.

A missão não é fácil, mas é possível. Faz parte da formação do pedagogo saber se colocar como elemento social, interventor crítico para a evolução sincera da democracia quer dentro, quer fora da escola. Sendo assim, por mais que se pense que não há tempo para mudança, que o tempo já passou; é sempre tempo de acreditar, de promover o movimento, de fazer a militância sair dos olhares abatidos dos educadores, hoje, desacreditados de qualquer esperança, qualquer crença de um novo mundo. E da mesma forma que “erguem-se casas como montanhas feitas de aço”, como declama o militante marxista Bertolt Brecht (apud GENTILI; ALENCAR, 2005, p. 46), é preciso acreditar em mudanças profundas, que partam da educação para a sociedade. Que essas mudanças sejam processadas de maneira humana, crítica e estética, que seja um exemplo de arte, e também sirva para novas insatisfações, pois a militância por uma escola pública de qualidade acontece a partir de questionamentos sinceros, que envolvem a esperança e o sonho, a utopia de transformar, sem medo de fracassar, até porque, como lembra Darcy Ribeiro, os grandes heróis da educação brasileira contaram mais fracassos que conquistas, em suas lutas pela democratização do ensino, mas ai deles, se estivessem do mesmo lado dos que venceram!

Acreditar na educação é viver na esperança de um novo tempo, que nasce a cada dia, dentro de cada sala de aula, em que professores e professoras, alunos e alunas de todo o território brasileiro, “cantam e dançam” a canção da emancipação humana, a canção que liberta o pensamento preso por paradigmas neoliberais que arrastam a sociedade, rumo ao abismo do consumismo. È tempo de acreditar que o discurso democrático se instaure enquanto prática coletiva e igualitária dentro das escolas públicas.

Por fim, sugere-se que o sonho por democracia, por qualidade de ensino, por gestão democrática, seja sincero o suficiente para alimentar a militância dos que virão e que poderão, da mesma forma que NÓS, assumir a identidade de defensores da escola pública.

Fonte: BASTOS, Patricia Gonçalves. ESCOLA DEMOCRÁTICA: uma análise de discurso sobre o processo de democratização do ensino básico gratuito. 2009. Monografia (Curso de Pedagogia) - Centro de Teologia e Humanidades, Universidade Católica de Petrópolis, Petrópolis, RJ.

A CARTA DA TERRA PARA CRIANÇAS














Estes slides foram apresentados na apresentação do trabalho "Organizando Uma Feira de Ciências Waldorf", por Patricia Gonçalves Bastos, na disciplina Ciências e suas Práticas Pedagógicas, do Curso de Pedagogia da Universidade Católica de Petrópolis, em 2009. A ideia foi pensar em estratégias que humanizassem as possibilidades de trabalho em grupo, nas escolas, permitindo a interação integral entre os agentes envolvidos.




quinta-feira, 5 de agosto de 2010

ÉTICA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE: discutindo as relações líquidas.




Por Patricia Gonçalves Bastos



"Não posso continuar sendo humano, se faço desaparecer em mim a esperança".
Paulo Freire

Falar sobre ética em tempos contemporâneos certamente, não é uma tarefa fácil. Isso porque se trata de um período caracterizado pelas quebras de paradigmas. Dessa maneira, não é demasia salientar que o que se discute é um momento histórico em que as verdades não se sustentam por muito tempo, elas são descartáveis. Sobre a descartabilidade - um conceito outrora empregado apenas para questões industriais - esta, agora escapa e atinge o campo social. E da mesma forma como são consumidos produtos e serviços, as relações também são desprestigiadas por esse fenômeno contemporâneo, e por isso descartadas. Isso ocorre porque os meios de comunicação, forte ferramenta de manipulação da pós-modernidade, associa a felicidade, o prazer e a liberdade com o consumo exarcebado.
Para Zygmunt Bauman (2001), sociólogo contemporâneo, vivemos em um período líquido-moderno, que significa a pós-modernidade. Para o autor “os líquidos, diferentemente dos sólidos não mantêm sua forma com facilidade” (BAUMAN, 2001, p 08). Assim sendo, o mundo o qual estamos inseridos deixa escapar as relações reais, que são substituídas por relações que compensam vazios, provocados justamente pela cultura do consumo.

Nesta vida, modernidade tardia ou líquido-moderna, os relacionamentos são um assunto ambíguo e tendem a ser o foco da mais aguda e enervante ambivalência: o preço da companhia que todos nós ardentemente desejamos é invariavelmente o abandono, pelo menos imparcial, da independência, não importa o quanto possamos desejar aquela sem este (VIEIRA apud BAUMAN, 2009, p 23).

Apresentadas essas premissas, cumpre ressaltar que vivemos uma sociedade líquida em que a dúvida direciona as ações e que a certeza é algo que inexiste. Os paradigmas são quebrados de tempos em tempos, pois não suportam um período longo para se manterem. Nesse sentido, as pessoas têm dificuldades em tomar decisões, e por isso também, não se reconhecem em nenhum contexto social. E isso afeta as relações de um modo geral, que nascem fragilizadas e com validade, são relações líquidas, descartáveis.
É preciso pensar em uma proposta social, pedagógica e filosófica que rompa com as regras pós-modernas que desumanizam a sociedade, amesquinhando a sua condição humana. É preciso, como supõe Fernando Savater, que nos contagiemos de humanidade, e isso significa dispensar as relações voláteis e insinceras, significa dispensar as práticas líquidas de um tempo que reserva o consumismo humano como herança de um período histórico que desapercebeu o sujeito como pessoa.

REFERÊNCIAS

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001;
VIEIRA, Taísa Chehab. Sociedade de consumo: a construção das relações a partir do contexto da pós-modernidade. 2009. Monografia (Curso de Psicologia) – Centro de Ciências da Saúde, Universidade Católica de Petrópolis, Petrópolis, RJ.