BOAS VINDAS

Olá, pessoal!
Em primeiro lugar, quero que saibam que toda visita será bem-vinda, toda. E que este será um espaço para reflexão e discussão sobre os temas democracia e educação. E claro, podemos esticar o diálogo para outros assuntos, desde que tenham alguma relação com os temas, ok?
Em segundo lugar, gostaria que esperassem a página carregar, caso contrário, pode acontecer de não conseguirem ler os textos, porque o fundo fica muito claro...
No mais, fica o agradecimento pela visita!

Patricia Bastos

domingo, 24 de maio de 2009

DEMOCRACIA: um diálogo entre o pensar e o agir.


Por Patricia Gonçalves Bastos


A democracia só será revelada quando todos, homens e mulheres, puderem ter a liberdade de assumir os próprios interesses, lutar, autonomamente, por eles, respeitando a si, e ao outro, numa dimensão coletiva, sem perder a identidade individual, regada de valores de igualdade e solidariedade entre os grupos históricos, que formam um sugestivo “grupo-mor”: a sociedade.
Outra questão relevante, no que diz respeito à democracia, ao seu significado e à sua função é a cautela. Atualmente, os discursos políticos partidários, os militantes, a sociedade civil organizada, a classe popular, o Estado, os neoliberais falam e defendem, com freqüência, a democracia, embora cada grupo citado tenha interesses distintos, próprios de suas ideologias.
Coutinho (apud FÁVERO e SEMERARO, 2002) destaca uma interessante definição de hipocrisia: “Hipocrisia é a homenagem que o vício a presta virtude” (p. 12) e acrescenta:

[...] o fato de que todos hoje se digam “democratas” não significa que acreditem efetivamente na democracia, mas sim que se generalizou o reconhecimento de que a democracia é uma virtude. Mas atenção para a hipocrisia: com extrema freqüência essa palavra, ainda que dita com ênfase não significa, absolutamente aquilo que nós socialistas, nós de esquerda, entendemos por democracia e nem sequer significa aquilo que a história da humanidade e o pensamento político entendem por democracia. (p.12)

É por isso que os militantes de esquerda, os agentes participantes dos movimentos populares têm razão quando falam na construção de um novo mundo, que é negado, mas necessário e possível. Um lugar que nasça dos movimentos e lutas sociais, que seja escrito por homens e mulheres que fazem a nossa História, independente de etnia ou classe social. Que transcenda o globalitarismo excludente. Que a democracia seja vista, especialmente, como um processo e não somente como um valor.
Para concluir, faz-se necessário registrar o pensamento utópico e legítimo de Gentili e Alencar (2005):

Num calidoscópio de lutas que, com sua poesia, alimenta nossas esperanças por um mundo onde os seres humanos não se reduzam a meras mercadorias. Acreditamos na libertação que se intercomunica, que reconhece as estruturas onde está inserida para superá-las, que se imbui, da mística transformadora de um projeto militante e amoroso de resistência criativa, em todos os espaços e das mais variadas formas possíveis, inclusive nos ambientes escolares (p. 21).

Nesse sentido, deve-se dizer que a democracia só será real quando reconhecer o povo, quem lhe originou. Como se pode notar, com os argumentos aduzidos, é o povo que deve decidir, discutir, votar pra transformar o tempo histórico em que está inserido. É de extrema importância a compreensão de que somente a interação entre homens e mulheres, maiorias e minorias, a partir das idéias e decisões coletivas que nascerá a mudança de posições, o que leva à culminância democrática e que supõe possíveis ideais de instituição democrática.

Fonte: BASTOS, Patricia Gonçalves. ESCOLA DEMOCRÁTICA: uma análise de discurso sobre o processo de democratização do ensino básico gratuito. 2009. Monografia (Curso de Pedagogia) - Centro de Teologia e Humanidades, Universidade Católica de Petrópolis, Petrópolis, RJ.